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quarta-feira, 23 de março de 2011

Nota de esclarecimento

Diante de algumas manifestações equivocadas que volta e meia surgem por aí, quero recuperar o fio da meada esclarecendo meu posicionamento em relação ao desejo de outros pela paternidade - o que, espero eu, espelha a tônica deste blog. 

Há quem, ao falar de filhos, logo me olha, tentando flagar sobrancelhas franzidas. Ou então muda a voz, baixa o volume, encolhe o tom, quase protege o corpo... Como quem teme o açoite. E há os que fogem da pauta, para escapar de possíveis críticas que eu possa tecer.

Como dito ali, oh, no cantinho à direita, não sou contra a perpetuação da espécie muito menos contra os projetos por filhos. Crianças? Adoro! (Só não me vejo com uma pra mim.) Minha única ressalva em relação ao procriar é: não faça porque todo mundo faz

Se fizer, de forma planejada ou não, entregue-se. Dê o seu melhor. E, por favor, assuma a responsabilidade emocional, educacional, financeira, etc.

Meus amigos/colegas que colocam planos dessa ordem em prática ou que, mesmo sem projeto bem delineado, encararam o papel de pais de corpo inteiro quando o destino lhes surpreendeu com uma nova vida em seus braços, são e continuarão sendo merecedores de minha verdadeira admiração.

Minha torcida, no melhor estilo "I have a dream", é de que esse, um dia, seja o único modelo de paternidade aceito pelo ser humano.

#sonhospossíveis. Me ajuda?

segunda-feira, 21 de março de 2011

Coletor menstrual

Se você se decidiu por não ter filhos (ou pelo menos não está grávida no momento), há um produto que pode se tornar indispensável pelo resto de sua vida. Ok, não é pra tanto. Talvez ele ganhe sua simpatia enquanto, via de regra, durar sua idade reprodutiva. Se não é preservativo nem pílula, só pode ser... Sim, coletor menstrual!

Fiquei estarrecida com a descoberta e curiosíssima a respeito - embora acumule boa dose de dúvida em relação a seu, digamos, manuseio e efetividade. Melhor do que eu tentar explicar, recomendo um link com mais informações. O bacana do texto é que vem acompanhado por vídeo com instruções.

http://blogs.estadao.com.br/revista/brasileiras-aderem-ao-coletor-menstrual/

Se você já conhece o produto na prática (!), conte mais!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Insensitive things people say!

Atônita? Perplexa? Não sei exatamente que palavra escolher para meu estado diante de determinadas críticas à opção de não ter filhos. Quando penso que já ouvi de tudo, vem a vida e me prega outra pegadinha. Sim, pegadinha! Afinal, às vezes parece até que é piada.

Não posso negar: a criatividade de alguns comentários é realmente inspiradora. Acredite: em vez de me causarem ressentimento, na verdade muitos deles têm me divertido. Exemplo: Recentemente fui instigada a considerar se a falta de filhos não seria uma explicação biológica (hein?) para, digamos... o cartesianismo... ou, sei lá eu, o rabugentismo de algumas mulheres de idade mais avançada.

Comentários como esse, outros mais cabeludos e algumas respostas para eles estão sendo colecionados pelo site Savvy Auntie no fórum Insensitive things people say!. Coisas como:

A friend told me she read an article in a magazine recently where a woman talked about being child free. She was good with children and people kept pushing and saying: You like kids and are good with them. You should have kids. Her response: I also like penises. But I don't want one.

Inspirada pelo Pérolas do Orkut, talvez eu também organize neste blog um capítulo à parte para tratar apenas dos dizeres curiosos que ouço por aí e réplicas possíveis para cada um deles. Você fique à vontade para contribuir desde já!

Não queira ter filhos

Peço licença a Juliano Rigatti para reproduzir aqui o texto Não queira ter filhos, do blog http://uzina.wordpress.com/.

Acho saudável para a nossa sociedade que continue aumentando entre nós o número de casais que não querem ter filhos. Para o bem do nosso futuro, desejo que eles se multipliquem. Mesmo você, que sempre sonhou com a prole, você me dará razão.

Para mim, o princípio disso tudo está nas razões que movem os casais que hoje estão decididos em não procriar. São inúmeros os motivos que ouço. Entre eles, a liberdade, o prolongamento de uma vida a dois, o conforto de uma renda dedicada apenas a dois adultos e até a flexibilidade para mudar-se de Estado, seja por razões pessoais ou profissionais. Mas há outros. Tem jovens que não desejam transformar-se em pais e mães porque não se sentem aptos a formar um cidadão; porque não acham que serão capazes de preparar um filho para este mundo; porque não querem assumir tal responsabilidade. Estes casais são casais de convicção. Conversam, refletem, reúnem argumentos, preparam-se para contrariar a família, o senso comum e a natureza, inclinada à procriação. Aqui está o ponto: a maioria destes casais trata com mais seriedade a possibilidade de colocar uma pessoa neste mundo do que os que a colocam de fato.

Ou você não conhece pais que terceirizam o papel de educadores para a escola? Ou que recheiam a agenda dos filhos com atividades extracurriculares para terem mais tempo? Ou que convencem gritando, que proíbem batendo? Há pais que ignoram o significado do amor, são permissivos em demasia, e esquecem-se de apresentar limites aos seus filhos. E, pior, dão de ombros para o grande mal que estão causando à sociedade. É triste, mas a julgar por muitos desses filhos que se vê por aí, dá até a impressão de que os seus pais não desejaram tê-los.

Os dinks (do inglês, double income no kids), ou casais que trabalham e não têm filhos, cresceram 70% no Brasil entre 2003 e 2009, e já representam 13% da população do Sul do país. Aplauda estes números! Quanto mais eles aumentarem, maior será a probabilidade de você conhecer um dink. E de conversar com um deles. E de ouvir seus argumentos. E de compará-los aos seus. E de repensar seus projetos de vida, recebidos prontos de sua família. Como preparar-se para ter um filho? Como educá-lo depois? Como transformá-lo em um cidadão correto e não só em mais um número que inflará ainda mais nossos índices populacionais? Um casal que não deseja ter filhos o fará pensar sobre tudo isso. E isso é salutar.

Além disso, conta pontos para o Brasil de amanhã o fato de que, dentro deste universo dos convictos em não conceber um filho, sempre haverá aqueles que mudam de ideia. Eu mesmo tenho uma amiga decidida a não ter filhos, que edita o blog Sem Filhos e já escreveu sobre a hipótese de reconsiderar sua posição. No post, escreveu “se minha vida tomar este rumo, pode apostar a sua: haverá pelo menos uma pessoa se entregando dia a dia de corpo e alma e, se preciso for, com sangue, suor e lágrimas, para fazer deles os indivíduos mais justos e felizes dos quais se possa ter notícia.” Bonito, hem?

O movimento dos dinks é promissor. E minha satisfação se dá por dois motivos: porque isso só aumenta as chances de que casais que querem e casais que não querem os filhos se encontrem pra bater um papo; e porque, com o aumento de pessoas com tal convicção, cresce a possibilidade de os futuros pais terem um dia desejado não ter filhos