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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entendo, mas não aceito

A sabedoria popular é cheia de boas sacadas. Adoro os ditos que ela alimenta por aí. Um deles é a réplica pronta "Entendo, mas não aceito". Há quem prefira a variante "Aceito, mas não entendo".

As duas versões têm sua beleza. Se esta última tivesse de ser associada a apenas uma palavra, pra mim seria "tolerância" - um sentimento no mínimo elegante. No entanto, a primeira tem um charme ao qual eu não resisto: a racionalidade.

A emoção é um atributo inerente ao ser humano. É o que nos faz querer viver. Mas a racionalidade é o que nos leva a evoluir como espécie. Se alguém afirma que entende ou pelo menos se esforça para, está fazendo valer o diferencial que nos coloca em vantagem em relação aos outros animais. É também o tal do "Penso; logo, existo".

Se você goza de capacidade cognitiva e acredita na evolução da humanidade, permita-se analisar essa questão: Por que algumas pessoas não desejam filhos? Antes, reveja aqui a definição de "análise": "Decomposição de (..) tópico complexo em seus diversos elementos constituintes". Percebe? Considere se despir de seus dogmas, de suas crenças e da emoção. Racionalize. Não aceita? Ok. Mas entenda.

A opção de não ter filhos está muito longe de virar senso comum. E acredite: assim como eu, muitos dos childfree não têm qualquer pretensão de que a afirmação "Não quero filhos" torne-se uma réplica pronta na boca do povo.

Se você eventualmente tem filhos ou quer tê-los, não se sinta ofendido se quem está a seu lado não compartilha do mesmo anseio. A não ser que este alguém divida cama com você! Nessa circunstância, talvez haja uma razão para ficar desgostoso... Se não é o caso, viva e deixe viver. #simplesassim #ficadica